Sopra o vento no alto da montanha,
cai a neve na serra, lá distante,
vem o lenhador carregado de lenha
e a chuva molhar o caminhante.
É o inverno, que voltou de viagem,
trazendo o arrepio molhado, consigo,
para deixar limpa e fresca, a paisagem,
arrancando-lhe a secura com o riacho amigo.
Mata a sede ao mundo vegetal:
Afugenta réstias de luz, de calor,
na branca e cega geada matinal,
de onde soam hinos de louvor.
Dorme o animal hibernativo.
A vida esconde-se debaixo da neve.
O Homem fica mais contemplativo,
tocando o gelo de si, ao de leve.
Fernanda
Monday, September 24, 2007
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12 comments:
Outro poema lindíssimo. Gostei da metáfora do Homem a tocar o gelo de si. Muito original.
Sempre a encontro nos comentários dos outros, hoje vim espreitar, gostei deste cantinho e deste poema fresco e sorridente.
Deixo mimos
Adorei este pensamento em forma de poema, sobretudo a última frase.
Beijinho!
Ainda bem que o Inverno voltou, e ainda bem que aqui eu vim porque gostei de ter vindo.
Beijo
"O Homem fica mais contemplativo,
tocando o gelo de si, ao de leve."
"o gelo de si": beleza.
Bjs
Harmoniosas palavras que fazem adornar o poema, abraçando uma suada e sofrida vida.
É assim que entendo a beleza e ternura deste versejar muito terno, simpático e lindo.
Parabéns! Adorei!
Tem Alma talentosa de poeta majistral.
Beijos amigos de muita estima
pena
Parabéns à pensadora. Fotógrafa, pensadora mas sempre poetisa...e das boas. Um beijo de admiração.
adorei este poema muito quentinho.
bjinhu
Que lindo, Fernanda...
Realmente as estações do ano tocam-nos como as estações da vida...
É urgente pararmos um pouco da azáfama que vivemos para podermos tocar o nosso próprio gelo...
Beijinhos...
tb adorei o seu poema
rs
Um abraço
Aninha
Perdi aqui uns minutos lendo-te... Valeu a pena. Es doce e suave como uma brisa. Gostei de te ler. Voltarei...
Bjs meus
Delicioso.
Um abraço
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