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Tuesday, October 16, 2007

RAIO DE LUZ

Sinto em mim um refúgio diferente,
ao olhar o passado percorrido,
não sei se guardei tudo em minha mente,
não sei se tudo foi por mim vivido.
Se tudo foi um sonho realmente,
não sei se nada foi em mim perdido...

Sinto em mim regozijo do passado,
ao olhar p'ra trás, ao olhar meu trilho.
Não sei se o que foi por mim amado,
foi abrangido por paixão, por brilho,
foi o que poderia ter-te dado.
Do painel não restou nenhum ladrilho...

Olho em frente o incerto horizonte,
buscando tua imagem esboçada,
sonho transpor a longa e frágil ponte
que me leva sem tempo , à estrada,
e me guia, como água do monte
límpida, pura e abençoada...

Subo na nuvem, deitada ao relento,
vislumbrando o devir que previ,
sobes voando qual ave sem tento,
alcançando quem delira por ti.
Juntos na nuvem, levados pelo vento
subimos ao céu que a ambos sorri...

O azul do céu, oca imensidade,
foge do olhar qual raio de luz.
Pairo no ar sem força, nem vontade,
tudo ao alcance, nada me seduz...
Recordo... a valiosa Humanidade,
admiro... o quanto a Natureza reluz...

Falta-me tudo... o que induz saudade!

Fernanda

Monday, October 08, 2007

DESEJO ADOLESCENTE

Já não aguento mais, perfeita sereia!
Só vejo o teu rosto angélico, desde a aurora;
Sonhos quentes e agitados, na maré cheia...
Tua doçura m'envolve pelo dia fora.

Quero conquistar-te, mas não consigo.
Sou uma doida, uma apaixonada por ti!
Queria, meu amor, namorar contigo,
porque estou louca, desde que te vi!

Já não consigo estudar, nem ouço o professor.
Letras e imagens esvoaçam subtilmente,
dando lugar à tua presença de calor,
que m'aquece o coração e ilude a mente!

Fernanda

Monday, October 01, 2007

REENCONTRO

Fresquidão de tenro rebento,
lírio do campo, a despontar,
fogo de Verão, no fim da tarde.

Eu! Era eu.

E agora...
perdi-me.

O vento do esquecimento
desorientou-me
e não cessa de ventar.

Apagaram-se as verdades
da minha juventude.
A nuvem do desespero
apossou-se de mim
e os últimos raios de sol
vão desaparecendo...

Senti mais uma forte rajada
( que julgava fatal! )
e gritei,
ao expulsar as primeiras lágrimas,
que limparam meu olhar,
humedecendo a terra seca.

O vento parou,
as nuvens dissiparam-se
e o sol reapareceu.

Foi aí que eu
me reergui, como árvore fortalecida
pela tempestade da juventude.


Fernanda